Pectus Excavatum, conhecido entre os leigos como "peito de
sapateiro", "peito escavado" ou "tórax escavado", é o nome científico de
uma deformidade congênita da parede torácica na qual várias costelas,
cartilagens costais e o osso esterno crescem anormalmente, produzindo
uma concavidade ou escavação na aparência da parede do tórax.
Dr. Romeu Fadul Jr. (CRM-SP 76779), cirurgião plástico integrante
do corpo clínico e coordenador dos cursos de Cirurgia Plástica Estética
da Face do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês,
conta que este tipo de problema é o mais comum entre os defeitos do
tórax, representando 90% dos casos registrados.
“Temos quadros clínicos considerados de leves a casos mais
graves, nos quais os pacientes apresentam uma assimetria significativa
entre os lados direito e esquerdo, podendo até ter alterações cardíacas
nos casos mais graves", explica o cirurgião plástico.
De acordo com Dr. Romeu Fadul, o Pectus Excavatum ocorre em um
número estimado de 1 entre 300-400 nascimentos. A condição é geralmente
notada no momento do parto, sendo que mais de 90% dos casos são
diagnosticados no primeiro ano de vida. “A relação masculino-feminino é
de 3:1. Apesar de tal observação, nenhum fator conhecido genético ligado
ao cromossomo X ou Y foi relatado. Isto significa que a deformidade
atinge tanto homem como mulher”.
Abordagem terapêutica multidisciplinar -Na maior parte dos
diagnósticos, a indicação cirúrgica tem o objetivo de melhorar a
condição estrutural e estética. A associação das especialidades de
cirurgias pediátrica, torácica e plástica tende a ser a melhor opção de
tratamento para o paciente, uma vez que a participação exclusiva da
cirurgia plástica não resolve totalmente o problema, mas pode amenizar o
defeito torácico em casos não graves. “Implicações psicológicas e
sociais devem ser consideradas para a indicação da cirurgia plástica”,
comenta o médico.
De acordo com o cirurgião plástico, crianças com esta patologia
devem ser conduzidas, inicialmente, a um cirurgião pediátrico ou
cirurgião torácico infantil e, se houver indicação, a realização da
cirurgia plástica será solicitada pelo médico que conduz o tratamento
deste paciente. As recomendações atuais suportam o uso da técnica de
Nuss - onde se utiliza uma barra de aço curva para relocar as costelas
defeituosa, é realizada por videotoracoscopia - em pacientes com idades
entre 5-20 anos. “Indicamos a cirurgia quando as crianças estão com
idade entre 8 e 12 anos, porque a parede torácica ainda está maleável, a
estabilização da barra é facilmente alcançada, a anestesia peridural
torácica pode ser seguramente aplicada e a criança está madura o
suficiente para entender o funcionamento e as instruções
pós-operatórias, particularmente a espirometria de incentivo (método de
fisioterapia respiratória), que é essencial para minimizar os problemas
pulmonares após a cirurgia”.
Técnica Cirúrgica: prótese de silicone ou gordura-Nos casos de
Pectus Excavatum, a cirurgia plástica ajuda na suavização das depressões
torácicas com uso de próteses de silicone associadas ou não a enxertos
de gordura e células-tronco. A cirurgia plástica não trata o defeito
osteo-cartilaginoso, que deve ser corrigido pelo cirurgião torácico ou
cirurgião infantil.
Dr. Romeu Fadul explica também que pode ser colocada a prótese de
silicone e, em conjunto, ser feita a injeção de gordura do próprio
paciente. “Pode ser utilizada uma delas ou ambas técnicas para solução
de casos não graves. Mas, é preciso esclarecer ao paciente que estas
técnicas exclusivamente não tratam o problema, elas ajudam a melhorar o
defeito torácico”.
Resultados-Como todo procedimento invasivo, a cirurgia plástica
do Pectus Excavatum também deixa cicatriz. “Dependendo da gravidade da
deformidade e do tipo de procedimento indicado para corrigi-la, pode
ficar algumas marcas, como cicatrizes de cerca de 3cm nas laterais do
tórax, para citarmos um exemplo”, esclarece.
No pós-operatório alguns cuidados também são necessários.
Durante o período de internação hospitalar, realiza-se o controle da dor
pela equipe de anestesia, com medicação endovenosa ou epidural.
Habitualmente, os pacientes operados têm alta hospitalar entre cinco a
sete dias. Em casa, o paciente usará medicação anti-inflamatória e
analgésicos por via oral, além do uso de protetores gástricos para
evitar úlceras.
O cirurgião plástico Dr. Romeu Fadul é enfático quanto às
instruções que devem ser dadas ao paciente, após a cirurgia. “É
necessário instruir o paciente sobre a postura corporal correta, que
deve ser no estilo ereto para eliminar a dor músculo-esquelética e para
prevenir o agravamento da deformidade da coluna vertebral. O reparo do
Pectus não resulta em correção de qualquer deformidade da coluna
vertebral associada ou solução de problemas relacionados com a má
postura”.
Retorno às atividades-Segundo o cirurgião plástico Dr. Romeu
Fadul, terminado o período de recuperação após a correção da deformidade
do tórax com colocação da prótese, não há qualquer risco para o retorno
às atividades, que deve ocorrer de forma gradativa.
“Os pacientes são orientados a evitar qualquer flexão no quadril
no primeiro mês. A atividade regular é aconselhável à medida que a dor
diminui, podendo aumentar a mobilidade. Trabalho pesado também não é
permitido no primeiro mês após a cirurgia, ou seja, o paciente não está
autorizado a transportar pesos ??por, no mínimo, quatro semanas. Quanto à
prática de esportes de contato, eles devem ser evitados por três meses,
entre outros cuidados fundamentais, orientados caso a caso”, finaliza.
Perfil-Dr. Romeu Fadul Jr. (CRM-SP 76779) é formado em Medicina,
pós-graduado e mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de
Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista
em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Atua nos Hospitais 9 de Julho, Santa Paula e, principalmente, no Sírio
Libanês, onde, desde 2003, também é coordenador e responsável pelos
cursos de Cirurgia Plástica Estética da Face do Instituto de Ensino e
Pesquisa e integrante do Comitê Internacional de Pesquisa da Sociedade
Internacional de Cirurgiões Plásticos Descendentes de Libaneses.
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=216808
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=216808
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