Em entrevista para a Folha de S. Paulo,
apresentadora contou como convive com o lúpus, doença autoimune que pode
atacar órgãos vitais
Por Contigo! Online
Em entrevista para a colunista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo deste domingo (23), a apresentadora Astrid Fontenelle,
que foi diagnosticada com lúpus há oito meses, contou que toma 45
comprimidos por dia e que curtiu ficar careca. "Não tem cura. Vou
conviver com a doença por muito tempo", disse Astrid.
Lúpus é uma doença autoimune que pode atacar órgãos vitais. No caso dela, pulmão e rim foram atingidos. "Quando voltei pra casa depois de 12 dias internada, minha imunidade era tão baixa que o médico tocou o terror", contou a jornalista. Que passou a ter a água de seu banho filtrada e diversos outros cuidados para evitar infecções.
Além disso ela não poderá nunca mais se expor ao sol: o vírus identifica queimaduras como infecção e ataca o corpo. O tratamento inicial provocou queda de cabelo. Decidiu então raspar a cabeça. "Não quero novela das oito aqui. Nem ninguém olhando pra mim com cara de tristeza", avisou.
O filho Gabriel, de quatro anos, deu o tom. "Com ele na área, não deu tempo de sofrer. Olhou pra minha cara e caiu na gargalhada: 'A mamãe tá careca'. Ele só ria", contou e depois revelou como chegou na peruca. Avisou o cabelereiro: "Quero uma prótese capilar colada na cabeça igual à que a nega [Naomi Campbell] usa". "Ficou incrível. Ninguém se tocou que era peruca." Encarar o espelho foi tranquilo. "Difícil foi ficar à beira de fazer hemodiálise."
Astrid chegou ao hospital Albert Einstein pesando 64 quilos. Hoje está com 50 quilos. "Parecia um peixe-boi. Tava tão inchada que a mão não fechava pra pegar o volante e dirigir", diz. "O meu erro foi, por nove meses, ter achado que a perna inchava por viajar muito e trabalhar horas em pé no aeroporto. Burra!". Além disso, há dois meses ela descobriu uma manchinha nas costas. "Parecia mordida de mosquito, mas se alastrou do umbigo até a coluna." Sintomas de herpes-zoster. "É como se fosse uma queimadura. Tomo remédio, alivia. O médico diz que vai passar. Só não sabe quando."
O que não a deixa para de pensar é que quando tudo estava dando certo, surgiu a doença. "Por que meu corpo quer me destruir? Justo quando tava tudo certo na vida: recém-casada, curtindo meu filho fofo. Tinha acabado de ser premiada", pergunta-se Astrid.
Gabriel foi adotado pela apresentadora em 2007, aos 40 dias de vida, e foi em um fórum de Salvador que Astrid e o filho se encontraram. "Quando vi o garoto chorando no colo da assistente social, eu arranquei ele da mulher: 'Meu filho!'. Parecia cena da maternidade", relata ela, que um mês depois oficializou a adoção.
Sobre preconceito, Astrid conta como o assunto surgiu em casa. "Outro dia um coleguinha chamou ele de pretinho em tom pejorativo", conta Astrid. Em casa, Gabriel perguntou qual era a sua cor. "Você é negro, filho." Ele rebateu: "Não, mãe, essa cor aqui", apontou para a pele. "É marrom, querido. Mamãe é bege. Você é negro, eu sou branca. É nossa raça." O tema racismo emergiu: "Preconceito existe. O importante é fortalecer a estima e ele entender que é negro, é lindo, inteligente".
Gabriel é a força de Astrid para encarrar a doença. "O Gabriel ainda não teve toda a informação para bater perna sozinho no mundo", diz a apresentadora. "Seria uma sacanagem eu ficar comprometida ou morrer. Deus não pode fazer isso com ele. Tenho que ficar boa pelo meu filho". (AR)
Lúpus é uma doença autoimune que pode atacar órgãos vitais. No caso dela, pulmão e rim foram atingidos. "Quando voltei pra casa depois de 12 dias internada, minha imunidade era tão baixa que o médico tocou o terror", contou a jornalista. Que passou a ter a água de seu banho filtrada e diversos outros cuidados para evitar infecções.
Além disso ela não poderá nunca mais se expor ao sol: o vírus identifica queimaduras como infecção e ataca o corpo. O tratamento inicial provocou queda de cabelo. Decidiu então raspar a cabeça. "Não quero novela das oito aqui. Nem ninguém olhando pra mim com cara de tristeza", avisou.
O filho Gabriel, de quatro anos, deu o tom. "Com ele na área, não deu tempo de sofrer. Olhou pra minha cara e caiu na gargalhada: 'A mamãe tá careca'. Ele só ria", contou e depois revelou como chegou na peruca. Avisou o cabelereiro: "Quero uma prótese capilar colada na cabeça igual à que a nega [Naomi Campbell] usa". "Ficou incrível. Ninguém se tocou que era peruca." Encarar o espelho foi tranquilo. "Difícil foi ficar à beira de fazer hemodiálise."
Astrid chegou ao hospital Albert Einstein pesando 64 quilos. Hoje está com 50 quilos. "Parecia um peixe-boi. Tava tão inchada que a mão não fechava pra pegar o volante e dirigir", diz. "O meu erro foi, por nove meses, ter achado que a perna inchava por viajar muito e trabalhar horas em pé no aeroporto. Burra!". Além disso, há dois meses ela descobriu uma manchinha nas costas. "Parecia mordida de mosquito, mas se alastrou do umbigo até a coluna." Sintomas de herpes-zoster. "É como se fosse uma queimadura. Tomo remédio, alivia. O médico diz que vai passar. Só não sabe quando."
O que não a deixa para de pensar é que quando tudo estava dando certo, surgiu a doença. "Por que meu corpo quer me destruir? Justo quando tava tudo certo na vida: recém-casada, curtindo meu filho fofo. Tinha acabado de ser premiada", pergunta-se Astrid.
Gabriel foi adotado pela apresentadora em 2007, aos 40 dias de vida, e foi em um fórum de Salvador que Astrid e o filho se encontraram. "Quando vi o garoto chorando no colo da assistente social, eu arranquei ele da mulher: 'Meu filho!'. Parecia cena da maternidade", relata ela, que um mês depois oficializou a adoção.
Sobre preconceito, Astrid conta como o assunto surgiu em casa. "Outro dia um coleguinha chamou ele de pretinho em tom pejorativo", conta Astrid. Em casa, Gabriel perguntou qual era a sua cor. "Você é negro, filho." Ele rebateu: "Não, mãe, essa cor aqui", apontou para a pele. "É marrom, querido. Mamãe é bege. Você é negro, eu sou branca. É nossa raça." O tema racismo emergiu: "Preconceito existe. O importante é fortalecer a estima e ele entender que é negro, é lindo, inteligente".
Gabriel é a força de Astrid para encarrar a doença. "O Gabriel ainda não teve toda a informação para bater perna sozinho no mundo", diz a apresentadora. "Seria uma sacanagem eu ficar comprometida ou morrer. Deus não pode fazer isso com ele. Tenho que ficar boa pelo meu filho". (AR)
Fonte: http://contigo.abril.com.br/noticias/nao-tem-cura-vou-conviver-com-doenca-por-muito-tempo-diz-astrid-fontenelle
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