segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Biomedicina estética desponta no mercado de saúde


Área vem conquistando espaço e necessita de especialização específica. A área foi regulamentada em 2011 pelo Conselho Federal de Medicina e já está se consolidando

Os profissionais interessados em  cuidar da saúde contam com mais uma área de atuação: a biomedicina estética. A área foi regulamentada em 2011 pelo Conselho Federal de Medicina e já está  se consolidando. De acordo com Paula Bergfeld, proprietária e responsável técnica da Nepuga, clínica de Biomedicina Estética de Estudos e Treinamentos, o salário inicial gira em torno de R$ 3 mil. Ela diz que esse valor ainda pode aumentar, caso o biomédico estético atue em um consultório. 
“A biomedicina estética vem conquistando seu espaço com propriedade, baseado nos conhecimentos que o biomédico adquire durante a graduação. Infelizmente, a falta de conhecimento da nossa grade curricular gera em algumas pessoas uma opinião equivocada a respeito da capacidade de um biomédico”, avalia. 
Paula diz, ainda, que o biomédico estético pode realizar procedimentos estéticos invasivos não cirúrgicos com o uso dos conhecimentos de fisiologia, anatomia, bioquímica, entre outras disciplinas que estuda na faculdade.
“Esta área tem o papel de levar ao paciente saudável a solução para problemas inestéticos, que de alguma forma afetam a sua autoestima”, comenta a biomédica.
Ainda de acordo com Paula, o objetivo principal desta área é ajudar o País a enfrentar os inúmeros desafios. Isso seria importante para reestruturar o modelo de serviço de saúde, de forma a prestar assistência adequada à sociedade.
Paula comenta que o mercado carece de mais profissionais. 
“A estética é uma área nova dentro da biomedicina e está em franco crescimento. Contudo, precisamos nos consolidar como uma classe expressiva de profissionais”, constata.
A biomédica detalha o que faz para obter sucesso na carreira.
“Quando os pacientes me procuram para emagrecer, eu combino as estratégias da lipo sem cirurgia com os tratamentos de nutrição que também ofereço na clínica. Uma prova que dá certo, é a satisfação dos meus clientes. Mas para realizar tudo isso, tive que me capacitar bastante. Graduação e diversos cursos que me possibilitaram realizar procedimentos estéticos. Sem contar na constante atualização. Tudo isso é muito importante para a consolidação da carreira em um mercado que está competitivo”, declara.
Aulas práticas fazem parte da graduação
Para seguir a carreira de biomedicina estética é necessário que o aluno faça um curso de graduação em Biomedicina. Segundo Patrícia Olaya, coordenadora do curso na Universidade Anhanguera Unipli, são formados por ano aproximadamente 50 alunos, com uma média de formação de quatro anos e mais um ano e meio de especialização. 
“Durante a formação, o estudante passará por diversas aulas práticas, com os conteúdos experimentais necessários para o desenvolvimento de um bom profissional. Algumas características são consideradas fundamentais para essa profissão, como capacidade de analisar e resolver problemas, curiosidade e liderança”, enumera a professora.
De acordo com a coordenadora, durante a graduação os alunos realizam aulas práticas em laboratórios, com disciplinas de microbiologia, fisiologia cutânea e imunologia, entre outras.
“É importante que o estudante esteja bem disposto para uma dedicação pesada nos estudos”, destaca Patrícia.
A aluna Juliana Barbosa, de 20 anos, está no segundo período e muito animada com o sucesso do curso e já sabe o que vai fazer quando terminar a graduação.
“Depois que eu havia começado um curso técnico de enfermagem, descobri que tinha uma predisposição para trabalhar com saúde. Então ingressei na faculdade. A partir daí, comecei a pesquisar e vi que essa era a profissão que eu gostaria de seguir. Em seguida participei de um congresso e me apaixonei pela área de estética. Fico encantada com a atuação, porque essa é uma nova área que envolve procedimentos. O melhor de tudo é que eles não são invasivos ao paciente e ainda possuem resultados tão bons e eficazes, quanto uma cirurgia convencional. Isso é magnífico,” comemora a estudante.
Já a aluna Aline Simões, de 24 anos, que está no último período, diz que optou por essa carreira porque não conseguiu passar na segunda fase do vestibular de Medicina.
“Uma amiga me contou sobre o curso. Fui lendo a respeito e a parte prática me interessou bastante e por isso decidi começar a estudar. Mesmo sabendo que antes eu queria fazer Medicina, minha família me incentivou desde o início. Isso foi muito importante para mim. Ao longo da faculdade descobri que a pessoa que escolhe qualquer profissão ligada à saúde, deve gostar muito do que faz. Afinal, vamos lidar com vidas humanas e isso requer dedicação e empenho”, enfatiza. 
Carreira tem vários segmentos de atuação
Segundo Patrícia Olaya, depois de formados e com uma especialização em estética, os novos profissionais podem atuar também em clínicas. Ela diz que nesses locais as práticas mais comuns são o preenchimento e toxina botulínica, laser, peelings químicos e mecânicos e etc.
“A área de atuação é muito ampla e tem oportunidades para todos”, garante.
Paula Berfeld diz que o biomédico estético também pode trabalhar em consultórios e em conjunto com cirurgiões plásticos.
“O biomédico saiu em busca do consultório, apostando em todo o seu conhecimento generalista, humanista, crítico e reflexivo. Ele exerce suas funções de forma profissional, pesquisando e tratando disfunções físicas e energéticas, sem deixar de lado o rigor científico e ético”, relata. 
Para Patrícia, a ascensão da nova classe média, vem contribuindo para o aumento do mercado de estética no País.
“Apesar das dificuldades de vida de algumas pessoas, muitas delas não deixam de investir e tratar da sua aparência. Para nós isso é muito importante, porque a procura por procedimentos de estéticas vão aumentar cada vez mais. É como se fosse um ciclo. Mais profissionais buscam especialização, enquanto o mercado requer a mão de obra”, diz.
A coordenadora Patrícia Olaya também destaca a importância do estágio no complemento da formação.
“Como em qualquer carreira, o estágio possibilita ao aluno um conhecimento do mercado de trabalho. Isso é muito importante pois quando ele sai da faculdade, já tem uma noção do que vai encontrar. No curso de biomedicina é necessário cumprir pelo menos 500 horas de estágio e depois fazer uma prova de título aplicada pela Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM) para poder atuar”, informa.

Fonte: http://www.ofluminense.com.br/editorias/empregos-e-negocios/biomedicina-estetica-desponta-no-mercado

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